Era um peixe vermelho e três peixes azuis. Era uma vez um aquário. O aquário era grande, pousado numa mesa pequena e comprida ao canto da sala. O menino todos os dias ia dar comida aos peixes perdidos nos seixos.
Mal a luz da manhã passava pelas largas janelas da sala, as escamas vermelhas do peixe brilhavam e os três peixes não eram amigos dele.
Seria porque ele tinha brilho nas escamas que não eram amigos e o peixe vermelho sentia-se só e triste.
O menino todas as manhãs deitava um pouco de comida no aquário e os azuis iam depressa para comer a parte melhor e o vermelho comia o resto e por isso o peixe vermelho estava tão magrinho.
Depois os três peixes azuis foram brincar e o peixe vermelho foi perguntar se podia brincar e os peixes disseram:
- Não, não podes brincar.
E os peixes azuis chegavam a morde-lhe as escamas.
O peixe vermelho brincava sempre só e triste e ao fim o peixinho fazia as corridas sozinho.
O peixe vermelho nadava e nadava muito depressa de um lado para o outro e até via e os três peixes azuis a brincar a brincadeira preferida do peixe vermelho.
O peixe vermelho comia o resto da comida que os três peixes deixavam, emagrecia e sentia-se mais triste e as escamas vermelhas ficavam sem cor.
Certo dia o pai do menino levou para o aquário um peixe negro e muito grande.
O peixe negro era o maior e o mais velho. Ele tinha duas listas vermelhas e brilhantes ao longo do corpo.
Quando os três peixes azuis viram aquele peixe grande e negro assustaram-se e fugiram para a gruta e ficaram a ver.
Pensaram os três peixes:
Será que aquele peixe grande nos vai comer?
Quem sabe ate se não nos ira comer?
Passaram dias e dias e sempre que o menino punha comida no aquário, o peixe negro ia ate lá e comia o que queria.
Os peixes alem do vermelho ficavam a vê-lo comer o peixe negro para e encostava-se para repousar.
Depois iam os três peixes azuis comer e por fim e a o peixe vermelho comer pouco de nada.
Na manha seguinte, o novo peixe foi para o aquário e viu o peixe vermelho a descansar numa rocha cor-de-rosa e disse:
- Nunca falámos. - disse o peixe negro.
- Pois sou sempre o último a comer. - disse o peixe vermelho.
-Há então és sempre o último a comer. - disse o peixe negro.
Pois a manha vens comigo. Depois podemos correr de um lado para o outro e a partir de hoje és meu amigo e tratas-me por tu.
Na manhã seguinte, a mãe do menino subiu as persianas da janela da sala e a luz do sol iluminou o aquário.
Lentamente como era no seu hábito, o peixe negro foi para o lugar onde a comida caia com o peixe vermelho.
O peixe vermelho nesta vez comeu que se fartou.
Depois foi brincar as corridas com o peixe negro.
Os azuis estavam sempre a olhar para o peixe vermelho de olhos abertos pasmados.
Passados dias, já o pequeno peixe vermelho engordar um pouco, nadava de um lado para o outro do aquário ao lado do seu companheiro.
Quase sempre ganhava as corridas, porque o seu companheiro, o peixe negro, era muito velho muito mais lento e muito mais pesado.
Quando desciam até junto da concha branca, divertiam-se a faze-la baloiçar na água ou a levantar pequenas nuvens de areia fina.
Até que, um dia, o peixe negro ficou doente.
Na manhã seguinte já não vinha ao sítio onde a comida caía.
Ficava num canto do aquário.
O peixinho vermelho leva-lhe então a comida coisa que fazia agora sem receio.
O peixe vermelho viu que o peixe negro estava doente e ficou preocupado e foi lá ajudá-lo indo buscar comida para ele.
Depois os três peixes azuis ficaram doentes e o peixe vermelho ficou preocupado e foi buscar comida deu-lhes e foi chamar atenção ao menino.
O menino foi chamar o pai e este desinfectou o aquário e tornou a enchê-lo com água limpa.
No dia seguinte todos se sentiam melhor menos o peixe negro.
Quando viram o peixe negro ainda estava doente decidiram levar comida ou peixe negro.
Quando o peixe negro melhorou ficaram todos amigos.
I. e F.
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